Álvaro de Moya (DIR.) e Cesar Brito (ESQ.) em março de 2010 (Em foto de Gerson Fasano).
Álvaro de Moya nasceu na cidade de São Paulo em 1930, filho do Cel. Salvador (reformado pela antiga Força Pública do Estado de São Paulo) e de Dna. Amélia.
Discorrer sobre sua vida é discorrer sobre a história dos Quadrinhos e da Televisão (além do cinema) no Brasil.
Desde tenra idade, quando seu pai lhe perguntava: "você quer ser engenheiro, médico ou advogado?", ele já respondia (para desespero do pai, naquela época): "quero ser desenhista de histórias em quadrinhos", sua primeira paixão.
Por volta dos 12 anos, eis que surge sua segunda paixão: o cinema! Portanto, primeiro ele se apaixonou pela Nona Arte e depois pela Sétima Arte, sendo que em sua vida veio a dominar as duas de maneira brilhante.
Dentro de sua primeira paixão (a Nona Arte - as Histórias em Quadrinhos) podemos destacar as seguintes atuações: organização (pioreiríssima) da "Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos", em 1951, na cidade de São Paulo; publicação do livro "Shazam!", considerado o maior livro sobre quadrinhos do Brasil e que inseriu as HQs como influência definitiva na Pedagogia, na Psicologia e na Cultura do país, além dos livros "História das Histórias em Quadrinhos", "O Mundo de Disney", "Anos 50 - 50 anos", "Vapt-Vupt" e "Literatura Brasileira em Quadrinhos"; chefia das delegações brasileiras aos congressos de HQs na Itália de 1966 a 1998; conferências em Buenos Aires, Nova Iorque, Roma, Lucca e Paris; convidadado (único brasileiro) pela Universidade La Sapienza, de Roma, para determinar a data do Centenário dos Quadrinhos. Além disso, como chargista e ilustrador, atuou nos jornais "O Tempo", "Jornal da Tarde", "Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo.
Dentro de sua segunda paixão (a Sétima Arte - o Cinema), as seguintes atuações: co-roteirista do filme "Conceição"; cenógrafo do filme "Arara Vermelha"; roteirista do filme "O Goleiro", que recebeu o Prêmio Fábio Prado da UBE; programador do Cine Marajá de 1970 a 1977, onde criou as "Sessões Malditas". Além disso, na Televisão Brasileira (também, de certa forma, parte da Sétima Arte) destacamos as seguintes atuações: elaboração dos desenhos dos letreiros de apresentação da TV Tupi no dia de sua inauguração em 18/09/1950; diretoria da TV Paulista (que mais tarde transformou-se na TV Globo) e da TV Excelsior nos anos 1960; inauguração da TV Bandeirantes em 13/05/1967; produção da telenovela "Os Imigrantes" na TV Bandeirantes nos anos 1980; participação na CBS-TV nos EUA. Como diretor de TV foi criativo e original, sendo que no "corte de imagens" foi considerado imbatível.
Além de todas essa atividades, Moya foi, por vinte anos (com muito mérito), professor da Universidade de São Paulo (USP), na matéria Comunicação. Estando hoje aposentado dessa função, tem uma empresa, através da qual dá palestras e entrevistas, entre outras atividades, e é Diretor Cultural da Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira.
Álvaro de Moya é casado com a atriz Anita Greiss, com quem teve dois filhos.
Atualmente, aos oitenta anos de idade (muito bem vividos), ao tirar a foto acima ao meu lado, comentou: "interessante, você está de camisa com listas horizontais e eu com camisa de listas verticas.... acho que eu devia ter posado deitado para que nossas listas combinassem!" o que demonstra que seu espírito e sua verve continuam tão "afiados" como sempre.
Álvaro de Moya, mais que um Mestre Disney e um Mestre das Artes é uma LENDA VIVA DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL. Uma honra para mim tê-lo conhecido pessoalmente!
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo