John Carey é um Mestre Disney que apresenta muita semelhança com Jack Manning (vide Características de Jack Manning), Roger Armstrong (vide Características de Roger Armstrong) e Kay Wright (vide Características de Kay Wright). Primeiro por serem contemporâneos e segundo por terem trabalhado com vários personagens de origens variadas e não somente com a Galeria Disney.
No entanto, Carey se diferencia dos demais porque sua carreira com quadrinhos Disney não se desenvolveu em duas partes, mas somente naquela que foi a segunda parte da vida de Manning, Armstrong e Wright... a parte de desenho mais tosco.
"Uma Rede do Barulho" (Revista O Pato Donald, no. 862, de 1968). Neste primeiro exemplo, uma história com roteiro de Vic Lockman, estrelada pelo Professor Pardal, vê-se o estilo que marcou aquela época - final dos anos 1960 e começo dos anos 1970 - facilmente confundível com o dos outros três Mestres acima citados.
"Consciências de Malvados" (Revista Tio Patinhas, no. 43, de 1969). Aqui um exemplo de história com roteiro próprio, apresentando Lalá, Lelé e Lili, as sobrinhas de Margarida, muito desenhadas por Carey. Observe-se o cenário do quadrinho inicial com a simplicidade de detalhes também típica daquele período.
"Cartazes Fantásticos" (Revista Zé Carioca, no. 943, de 1969). Mais um exemplo de um trabalho com roteiro de Vic Lockman, apresentando Pateta e seu sobrinho Gilberto, também muito aproveitados por John Carey. De novo, observe-se o estilo confundível com o de Manning, Armstrong e Wright.
"A Tropa Que Não Se Rendeu" (Revista Pato Donald, no. 1.028, de 1971). Finalizando, mais um importante ponto em comum de John Carey com Kay Wright: as histórias de Huguinho, Zezinho e Luisinho em suas aventuras como Escoteiros-Mirins. Tratam-se de histórias muito especiais - como no exemplo acima - por seus roteiros terem sido escritos pelo Grande Mestre Carl Barks. Aconteceu que Carl Barks, quando se aposentou, foi persuadido a produzir mais algumas histórias abordando os Escoteiros-Mirins. Cansado, ele concordou, mas colocou a condição de apenas escrever os roteiros e não mais desenhar. Os Editores atenderam seu desejo e John Carey, assim como Kay Wright foram os privilegiados escolhidos para desenhar essas histórias.
Portanto John Carey, por esse motivo, não obstante todo o restante de seu trabalho, merece ser classificado como um destacado Mestre Disney.
Texto e pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo