Nas histórias que marcaram a infância daqueles que cresceram lendo as revistas Disney-Abril existiram grandes Mestres Disney. E esses Mestres foram de vários tipos.
Primeiro os que foram desenhistas/roteiristas (ex.: Carl Barks), segundo os que foram desenhistas (ex.: Paul Murry), terceiro os que foram roteiristas (ex.: Ivan Saidenberg) e quarto os que foram tradutores (ex.: José Fioroni).
Estes últimos, embora desconhecidos até agora, na verdade foram os que criaram, principalmente, os nomes em língua portuguesa, que marcaram as histórias inesquecíveis de nossas vidas.
Foram eles que fizeram "Goofy" ser Pateta, "Gyro Gearloose" ser Professor Pardal, "Uncle Scrooge" ser Tio Patinhas e muito mais.
Esta introdução acima irá abrir o item de "Características" de todos os tradutores das histórias em quadrinhos Disney, doravante aqui apresentados.
Fioroni é um deles! Traduziu um número incontável de histórias e assim colaborou com o Universo Disney no Brasil, como veremos a seguir.
"O Mistério Dos Candelabros" (Revista Tio Patinhas Especial, no. 12, de 1994 e Revista Clássicos Da Literatura Disney, no. 18, de 2010). Eis um primeiro e clássico exemplo da vastíssima obra de Fioroni - como era conhecido no meio - um trabalho de fólego, de mais de 100 páginas, inspirado em "Os Miseráveis" de Victor Hugo e traduzido do italiano. Publicado pela primeira vez no Brasil em 1994. Fioroni era uma máquina: produzia muito e rápido, segundo Júlio de Andrade.
"Três Sobrinhas Do Barulho" (Revista Pato Donald, no.562, de 1962). E por fim, a maior de todas as contribuições de José Fioroni para o Universo Disney no Brasil: o batismo das sobrinhas de Margarida. Embora as três patinhas tenham sido apresentadas na edição da revista Pato Donald no. 264 de 1956, na história "Cara ou Coroa" (de autoria da Carl Barks), tenham aparecido de novo na revista Pato Donald no. 461 de 1960, na história "Iguais Em Tudo" (com roteiro de Bob Gregory e desenho de Carl Barks), foi somente na revista Pato Donald no. 562 de 1962 (com roteiro desconhecido e desenho de Tony Strobl) que seus nomes foram revelados ao público brasileiro pela primeira vez: Lalá, Lelé e Lili. Paulo Vasconcelos reproduz para nós, de memória, o relato do Fioroni a respeito do batismo de Lalá, Lelé e Lili: "O editor me disse que estava com dificuldade em dar nomes em português para April, May e June e me pediu uma sugestão. Minha resposta surgiu imediatamente na mente: Que tal Lalá, Lelé e Lili? O editor respondeu: Ótima sugestão. Estão batizadas." Simples assim... coisa de gênio... sem dúvida!
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo