Lista de Mestres   Biografia do Mestre

Herrero, Carlos


Herrero, Carlos
Assim como Igayara sofreu influência de Kato, Herrero também sofreu alguma influência de Iga. Mas só no início. Mais tarde desenvolveu seu próprio traço e elaborou também seus próprios roteiros.

"Honra ao Mérito" (Revista Zé Carioca, no. 919, de 1969). Acima, um exemplo dos primeiros traços de Herrero, numa história de uma página com roteiro reaproveitado de Bob Karp. Observe-se a semelhança com o traço de Iga (vide Características de Waldyr Souza). Carlos Edgard produziu uma infinidade de histórias nesse estilo "one page".

"Guerra Passada Que Não Dá Futuro" (Revista Zé Carioca, no. 941, de 1969). Acima, uma história com roteiro de Waldyr Igayara de Souza, onde pode-se notar o estilo próprio de Calos Edgard Herrero já se afirmando. Observe-se a qualidade do detalhamento dos cenários e os personagens mais detalhados e até "mais arredondados". Qualidade superior de Herrero.


"Robinzé Crusoé" (Revista Zé Carioca, no. 965, de 1970) e "Encontro Com Os Kospebrasa" (Revista Zé Carioca, no. 967, de 1970). Herrero produziu várias séries de histórias com personagens adaptados à partir de personagens existentes. Acima, dois exemplos de histórias da série "Robinzé Crusoé", com roteiros do próprio Carlos Edgard. Aqui o Zé Carioca vive aventuras inspiradas no livro "Robinson Crusoe" ao lado de seu companheiro, o índio Segunda-Feira (que tem bico de periquito), uma paródia do índio Sexta-Feira no original. Observe-se a evolução do estilo do primeiro para o segundo exemplo.

"Agora: Zé Babá e Os 40 Metralhas" (Revista Zé Carioca, no. 979, de 1970) e "Charivari em El Jabah" (Revista Zé Carioca, no. 981, de 1970). Mais dois exemplos de histórias de série. Neste caso, "Zé Babá e Os 40 Metralhas", também com roteiro do próprio Herrero, inspirado no livro "Ali Baba e os 40 Ladrões". Observe-se que Carlos Edgard também desenhou inúmeras capas, principalmente para a revista Zé Carioca.

"Um Gênio de Bom Gênio" (Revista Pato Donald, no. 1.080, de 1972) e "Os Caçadores de Pérolas" (Revista Zé Carioca, no. 1.069, de 1972). Carlos Edgard Herrero foi o desenhista brasileiro que mais colaborou com os Estúdios Disney Americanos. Acima dois exemplos de histórias desenhadas nessa fase. Uma com Tio Patinhas e Professor Pardal e outra com os Aristogadas, ambas com roteiro do famoso Carl Fallberg (vide Características de Paul Murry)

"Pateta Olímpico: Vamos Todos a Munique" (Revista Edição Extra, no. 52, de 1972). Mais um exemplo de série de histórias, aqui a do "Pateta Olímpico", com roteiro de Ivan Saidenberg. A dupla Herrero-Saidenberg produziu muitas histórias de sensacional estilo cômico. Observe-se no exemplo acima como Herrero desenha todo e qualquer personagem da galeria Disney.

"Quem é O Morcego Vermelho?" (Revista Edição Extra, no. 53, de 1973). Neste exemplo acima, a história de origem do Morcego Vermelho - super herói e alter ego do Peninha - a mais famosa e engraçada criação da dupla Herrero-Saidenberg. Observe-se como o desenho mais caricato que Herrero imprimiu nessa série combina muito bem com os roteiros extremamente cômicos de Saidenberg.

"Pena Kid e Xaxam" (Revista Pato Donald, no. 1.190, de 1974). Mais um exemplo de série da dupla Herrero-Saidenberg. Nesse caso trata-se do caubói Pena Kid e seu Alazão de Pau, personagens desenhados (supostamente) pelo Peninha para o jornal "A Patada". Trata-se de uma história em quadrinhos dentro de uma história em quadrinhos. Idéia genial também desenhada em estilo caricato por Herrero.

"Perigos da Selva" (Revista Edição Extra, no. 94, de 1979). Seguindo a idéia - nascida com Pena Kid - de fazer o Peninha produzir quadrinhos para o jornal "A Patada", outro exemplo da mesma série, agora com Pena das Selvas, uma espécie de "Tarzan" atrapalhado. Nesta série acredita-se que os roteiros sejam do próprio Carlos Edgard, que criou a macaquinha Chita da Silva (nome sensacional, parodiando Chica da Silva, famosa personagem da história) para acompanhar o Pena das Selvas. É impossível não reparar como nesse caso o estilo de Herrero ficou quase idêntico ao de Al Hubbard, quando este desenhava as histórias de Mowgli. Além disso, aqui ele - Herrero - inovou na composição das páginas.

"Rei é Rei" (Revista Pato Donald, no. 1.936, de 1991). Mais uma série com a mesma origem já descrita acima: Pena Submarino (acompanhado de Donald Glub) um divertido personagem de um mundo sob as águas. Também aqui se supõe que os roteiros sejam de Herrero que continuou inovando no desenho. Observe-se como os elementos saem fora dos quadrinhos.
"O Pé-De-Chinelo" (Revista Zé Carioca, no. 1.964, de 1993). Finalizando, uma história com o personagem Morcego Verde, super herói e alter ego de Zé Carioca, claramente inspirado no Morcego Vermelho. A criação do personagem foi de Ivan Saidenberg - originalmente desenhado por Canini - mas no presente caso o roteiro foi de Arthur Faria Júnior. Aqui, Carlos Edgard Herrero já mostra seu estilo bem próprio e característico, inovando na composição das páginas, imprimindo movimento ágil aos personagens e demonstrando que ele merece ser classificado como um dos mais produtivos Mestres Disney Brasileiros.

Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Apoio Técnico: Cláudio Juris
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