Lista de Mestres Biografia do Mestre
Jorge Kato foi o primeiro Mestre Disney brasileiro e, por isso mesmo, o mais importante. Sobre ele, Júlio de Andrade, antigo editor da Abril, me disse que: "... raspava o excesso de guache seco - que saía dos contornos das imagens que pintava - com a unha do dedo mindinho, óculos na ponta do nariz e cigarro, com cinza de um metro, se equilibrando entre os dedos da outra mão! E quando me percebia observando, falava pra mim sem levantar os olhos e nem bater a cinza, num tom monocórdico inconfundível, sem pontuação: "- O que você quer Julinho não tem nada pra fazer?". E Júlio prossegue, comentando sobre a pessoa de Jorge Kato:
"O Kato tinha aquela coisa de - embora nissei - ser mais brasileiro do que muitos brasileiros de origem. Uma pessoa que valorizava tudo o que o cercava e que fosse "coisa nossa": quando ele desenhava, ele retratava aquilo que via. O muro das casas era o muro que a gente via na casa do vizinho, não aquela cerca de madeira cheia de nós. O telhado era de telhas paulistinhas, não aqueles telhados superinclinados pra que a neve não se acumule. As folhagens são samambaias ou antúrios, não aquele matinho rasteiro das florestas do hemisfério norte. E a faxineira do Zé Carioca (lembra?) era igualzinha as que se encontravam por aí."
Sim, Kato retratava o Brasil, como nos exemplos acima:
Vista aérea do Rio de Janeiro - "A Volta de Zé Carioca" - Pato Donald, No. 434, 1960, Img1 * Brasília "Você Já Foi a Brasília" " Pato Donald, No. 435, 1960, Img2
Mas principalmente a cidade de São Paulo, que nem era a cidade original do Zé, mas era a cidade de Kato e também onde ficava (e ainda fica) a Editora Abril: Lago do Ibirapuera com o Prédio da Bienal ao fundo - "O Tesouro do Capitão Gancho" - Zé Carioca, No. 485, 1961, Img3 * Estádio do Pacaembu - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img4 * Concha Acústica do Estádio do Pacaembu (hoje demolida) - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img5
E retratava também, por meio de caricaturas muito bem feitas, personalidades brasileiras da época, tais como:
Pelé - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" " Zé Carioca, No. 479, 1961, Img6 * E Manoel da Nóbrega - "Odisséia em Disneylândia" - Zé Carioca, No. 481, 1961, Img7a e Img7b.
Nas primeiras histórias do Zé Carioca produzidas por Kato o papagaio usava paletó vermelho e a Rosinha usava turbante, como no exemplo acima: "Um Papagaio das Arábias" " Pato Donald, 440, 1960, Img8
Somente mais tarde o Zé passou a usar o paletó marrom que se tornou sua característica no traço de Kato. No início de sua produção, Jorge Kato não conseguia se decidir sobre a forma de apresentar os personagens coadjuvantes. Vejam no exemplo acima como ele misturava personagens humanos com personagens cachorros. "Papagaio de Opinião" " Zé Carioca, No. 489, 1961, Img9
E mesmo quando ele decidia desenhar personagens cachorros ele se deixava influenciar. Vejam os exemplos de dois personagens cachorros no estilo de Paul Murry: "Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img10 * "Confusões de Um Centenário" " Zé Carioca, No. 495, Img11
A seguir um exemplo de personagem cachorro no estilo de Carl Barks: "Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img12
E por fim um exemplo de personagem cachorro no estilo de Floyd Gottfredson:
"Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img13
Além disso, Kato deixou bem claro que era fã de Carl Barks, antes mesmo dos leitores comuns terem conhecimento de quem era esse desenhista-roteirista. Vejam alguns exemplos de histórias onde ele se inspirou, ou deveria dizer, "copiou" o Grande Mestre. No exemplo acima, ele "copiou" o carro vermelho de Donald para o Zé. "O Tesouro de Lampião" - Zé Carioca, No. 493, Img14 * No exemplo seguinte, ele "copiou" a limusine do Tio Patinhas do carro que aparece na história "Espírito Esportivo" (Salmon Derby - outubro/1953) de Barks - "Oh! Que Sobrinhos Interessantes" - Zé Carioca, No. 497, 1961, Img15 * No terceiro exemplo, ele "copiou" a nave espacial do Tio Patinhas que aparece na história "Ilha No Espaço" (Island In The Sky - julho/1959) - "Papagaio No Espaço" - Zé Carioca, No. 501, 1961, Img16 * No quarto exemplo seguinte, ele "copiou" o disco voador do Prof. Pardal - "Maravilhas da Natureza" " Zé Carioca, No. 507, 1961, Img17 * No quinto exemplo, ele "copiou" a idéia de que Pardal dá marteladas na cabeça para fazer inventos - "Campeão a Trouxe-Mouxe" " Zé Carioca, No. 527, 1961, Img18 * E por fim, uma história onde ele "copiou", não só a máquina redutora, mas quase que todo o roteiro da história "Bilhões Num Buraco" (Billions In The Hole - setembro/1960) - "No Reino das Moedas" " Zé Carioca, No. 531, 1962, Img19.
Mas, antes que pareça que Kato copiava tudo, é preciso dizer que ele criou a primeira característica positiva do Zé Carioca que era o TALENTO, algo bem brasileiro - "O Dinheiro, a Sorte e o talento" " Zé Carioca, No. 491, 1961, Img20
Ele também criou cenas impagáveis, tais como o Zé, com ciúmes, literalmente "subindo pelas paredes" - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img21.
Além disso, ele também criou coadjuvantes bem característicos do Zé, muito antes de Canini (ver Características de Canini), tais como as três empregadas ou faxineiras, citadas por Júlio de Andrade, à saber:
Maria das Neves - "Odisséia em Disneylândia - Zé Carioca, No. 481, Img22
Nhá Chica - "Pó, Penas e Papagaios" " Zé Carioca, No. 529, 1961, Img23
Nhá Zefa - "Mil e Uma Noites" " Zé Carioca, No. 535, 1962, Img24
E também:
Turma da Escola de Samba "Vai Levando" - "Parque de Diversões... e Irritações" " Zé Carioca, No. 515, 1961, Img25 * "O Pandeiro Mágicos" " Zé Carioca, No. 523, 1961, Img26 * E o "Feijoada" - "O Pandeiro Mágico" " Zé Carioca, No. 523, 1961, Img26b * Sem falar em vários parentes, tais como: Tio L. Ouro - "Oh! Que Sobrinhos Interessantes" " Zé Carioca, No. 497, Img2 * Tio Papanatas, dentista - "Dentista a Muque" " Zé Carioca, No. 513, 1961, Img28 * Tio-Avô José Pororoca, milionário - "Pó, Penas e Papagaios" " Zé Carioca, No. 529, 1961, Img29.
No entanto, é preciso que se diga que, vários estudiosos dos desenhistas Disney, acusam Kato de ser "ruim de perspectivas", e não deixam de ter uma certa razão, como nos seguintes exemplos acima: "O Estranho Caso do Jardim Zoológico" Zé Carioca, No. 487, Img30 * "O Tesouro de Lampião" Zé Carioca, No. 493, Img31 * "O Mistério do Papagaio Sem Fala" Zé Carioca, No. 503, Img32.
Mas, voltamos a afirmar que, independente disso, Jorge Kato continua sendo um Mestre Disney por excelência, o mais não fosse, por ter criado: O primeiro Super Herói Disney (muito antes do Super Pateta), na história: "O Super-Super" Zé Carioca, No. 499, 1961, Img33 * E as mulheres mais lindas dos quadrinhos Disney, como nos exemplos acima "Parque de Diversões... e Irritações" Zé Carioca, No. 515, 1961, Img34 * "Miss... tificação a Muque" Zé Carioca, No. 521, 1961, Img35 * Img36.
Bem, para finalizar, devemos contar que, no ano de 1961 quando a direção da Editora Abril teve a idéia de criar a revista exclusiva do Zé Carioca, o objetivo era valorizar o personagem brasileiro perante o público. E esse objetivo foi alcançado com as histórias de Jorge Kato. Porém, no final daquele ano ficou claro que o nosso "nipo-brasileiro" não tinha produção suficiente para abastecer uma revista semanal. O que fazer? A idéia que surgiu foi criar o "Zé Fraude". Em outras palavras: pegar histórias com Donald ou Mickey e "transformá-las" para o Zé. Isso era feito da seguinte forma: Kato desenhava o Zé "por cima" do personagem original. O interessante é destacar que ele fazia isso mantendo as características do Mestre Disney original. Ou seja: Zé Carioca com estilo de Paul Murry, de Jack Bradbury ou de Al Hubbard, no lugar do Mickey. Ou ainda, Zé Carioca com estilo de Carl Barks ou de Tony Strobl, no lugar do Donald. E foi para preservar o conteúdo original dessas histórias que Kato precisou criar os sobrinhos do Zé: o Zico e o Zeca, para substituírem os sobrinhos de Mickey ou de Donald. E no caso de substituir os sobrinhos de Donald, que são três, pelos sobrinhos de Zé, que são dois, Jorge Kato o fazia com primor, descobrindo sempre um patinho sem expressão que podia ser eliminado.
O segundo exemplo de "Zé Fraude" foi a seguinte história, com traço original de Tony Strobl: "A Múmia do Museu" - Zé Carioca, 541, 1962, Img37.
Jorge Kato sem dúvida ocupa o pódio principal na Galeria de Mestres Disney Brasileiros, e sempre o ocupará por ter sido o primeiríssimo.
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Montagem Gráfica: Divictor
Kato, Jorge
Jorge Kato foi o primeiro Mestre Disney brasileiro e, por isso mesmo, o mais importante. Sobre ele, Júlio de Andrade, antigo editor da Abril, me disse que: "... raspava o excesso de guache seco - que saía dos contornos das imagens que pintava - com a unha do dedo mindinho, óculos na ponta do nariz e cigarro, com cinza de um metro, se equilibrando entre os dedos da outra mão! E quando me percebia observando, falava pra mim sem levantar os olhos e nem bater a cinza, num tom monocórdico inconfundível, sem pontuação: "- O que você quer Julinho não tem nada pra fazer?". E Júlio prossegue, comentando sobre a pessoa de Jorge Kato:
"O Kato tinha aquela coisa de - embora nissei - ser mais brasileiro do que muitos brasileiros de origem. Uma pessoa que valorizava tudo o que o cercava e que fosse "coisa nossa": quando ele desenhava, ele retratava aquilo que via. O muro das casas era o muro que a gente via na casa do vizinho, não aquela cerca de madeira cheia de nós. O telhado era de telhas paulistinhas, não aqueles telhados superinclinados pra que a neve não se acumule. As folhagens são samambaias ou antúrios, não aquele matinho rasteiro das florestas do hemisfério norte. E a faxineira do Zé Carioca (lembra?) era igualzinha as que se encontravam por aí."
Sim, Kato retratava o Brasil, como nos exemplos acima:
Vista aérea do Rio de Janeiro - "A Volta de Zé Carioca" - Pato Donald, No. 434, 1960, Img1 * Brasília "Você Já Foi a Brasília" " Pato Donald, No. 435, 1960, Img2
Mas principalmente a cidade de São Paulo, que nem era a cidade original do Zé, mas era a cidade de Kato e também onde ficava (e ainda fica) a Editora Abril: Lago do Ibirapuera com o Prédio da Bienal ao fundo - "O Tesouro do Capitão Gancho" - Zé Carioca, No. 485, 1961, Img3 * Estádio do Pacaembu - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img4 * Concha Acústica do Estádio do Pacaembu (hoje demolida) - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img5
E retratava também, por meio de caricaturas muito bem feitas, personalidades brasileiras da época, tais como:
Pelé - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão" " Zé Carioca, No. 479, 1961, Img6 * E Manoel da Nóbrega - "Odisséia em Disneylândia" - Zé Carioca, No. 481, 1961, Img7a e Img7b.
Nas primeiras histórias do Zé Carioca produzidas por Kato o papagaio usava paletó vermelho e a Rosinha usava turbante, como no exemplo acima: "Um Papagaio das Arábias" " Pato Donald, 440, 1960, Img8
Somente mais tarde o Zé passou a usar o paletó marrom que se tornou sua característica no traço de Kato. No início de sua produção, Jorge Kato não conseguia se decidir sobre a forma de apresentar os personagens coadjuvantes. Vejam no exemplo acima como ele misturava personagens humanos com personagens cachorros. "Papagaio de Opinião" " Zé Carioca, No. 489, 1961, Img9
E mesmo quando ele decidia desenhar personagens cachorros ele se deixava influenciar. Vejam os exemplos de dois personagens cachorros no estilo de Paul Murry: "Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img10 * "Confusões de Um Centenário" " Zé Carioca, No. 495, Img11
A seguir um exemplo de personagem cachorro no estilo de Carl Barks: "Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img12
E por fim um exemplo de personagem cachorro no estilo de Floyd Gottfredson:
"Papagaio de Opinião" - Zé Carioca, No. 489, 1961, Img13
Além disso, Kato deixou bem claro que era fã de Carl Barks, antes mesmo dos leitores comuns terem conhecimento de quem era esse desenhista-roteirista. Vejam alguns exemplos de histórias onde ele se inspirou, ou deveria dizer, "copiou" o Grande Mestre. No exemplo acima, ele "copiou" o carro vermelho de Donald para o Zé. "O Tesouro de Lampião" - Zé Carioca, No. 493, Img14 * No exemplo seguinte, ele "copiou" a limusine do Tio Patinhas do carro que aparece na história "Espírito Esportivo" (Salmon Derby - outubro/1953) de Barks - "Oh! Que Sobrinhos Interessantes" - Zé Carioca, No. 497, 1961, Img15 * No terceiro exemplo, ele "copiou" a nave espacial do Tio Patinhas que aparece na história "Ilha No Espaço" (Island In The Sky - julho/1959) - "Papagaio No Espaço" - Zé Carioca, No. 501, 1961, Img16 * No quarto exemplo seguinte, ele "copiou" o disco voador do Prof. Pardal - "Maravilhas da Natureza" " Zé Carioca, No. 507, 1961, Img17 * No quinto exemplo, ele "copiou" a idéia de que Pardal dá marteladas na cabeça para fazer inventos - "Campeão a Trouxe-Mouxe" " Zé Carioca, No. 527, 1961, Img18 * E por fim, uma história onde ele "copiou", não só a máquina redutora, mas quase que todo o roteiro da história "Bilhões Num Buraco" (Billions In The Hole - setembro/1960) - "No Reino das Moedas" " Zé Carioca, No. 531, 1962, Img19.
Mas, antes que pareça que Kato copiava tudo, é preciso dizer que ele criou a primeira característica positiva do Zé Carioca que era o TALENTO, algo bem brasileiro - "O Dinheiro, a Sorte e o talento" " Zé Carioca, No. 491, 1961, Img20
Ele também criou cenas impagáveis, tais como o Zé, com ciúmes, literalmente "subindo pelas paredes" - "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão - Zé Carioca, No. 479, 1961, Img21.
Além disso, ele também criou coadjuvantes bem característicos do Zé, muito antes de Canini (ver Características de Canini), tais como as três empregadas ou faxineiras, citadas por Júlio de Andrade, à saber:
Maria das Neves - "Odisséia em Disneylândia - Zé Carioca, No. 481, Img22
Nhá Chica - "Pó, Penas e Papagaios" " Zé Carioca, No. 529, 1961, Img23
Nhá Zefa - "Mil e Uma Noites" " Zé Carioca, No. 535, 1962, Img24
E também:
Turma da Escola de Samba "Vai Levando" - "Parque de Diversões... e Irritações" " Zé Carioca, No. 515, 1961, Img25 * "O Pandeiro Mágicos" " Zé Carioca, No. 523, 1961, Img26 * E o "Feijoada" - "O Pandeiro Mágico" " Zé Carioca, No. 523, 1961, Img26b * Sem falar em vários parentes, tais como: Tio L. Ouro - "Oh! Que Sobrinhos Interessantes" " Zé Carioca, No. 497, Img2 * Tio Papanatas, dentista - "Dentista a Muque" " Zé Carioca, No. 513, 1961, Img28 * Tio-Avô José Pororoca, milionário - "Pó, Penas e Papagaios" " Zé Carioca, No. 529, 1961, Img29.
No entanto, é preciso que se diga que, vários estudiosos dos desenhistas Disney, acusam Kato de ser "ruim de perspectivas", e não deixam de ter uma certa razão, como nos seguintes exemplos acima: "O Estranho Caso do Jardim Zoológico" Zé Carioca, No. 487, Img30 * "O Tesouro de Lampião" Zé Carioca, No. 493, Img31 * "O Mistério do Papagaio Sem Fala" Zé Carioca, No. 503, Img32.
Mas, voltamos a afirmar que, independente disso, Jorge Kato continua sendo um Mestre Disney por excelência, o mais não fosse, por ter criado: O primeiro Super Herói Disney (muito antes do Super Pateta), na história: "O Super-Super" Zé Carioca, No. 499, 1961, Img33 * E as mulheres mais lindas dos quadrinhos Disney, como nos exemplos acima "Parque de Diversões... e Irritações" Zé Carioca, No. 515, 1961, Img34 * "Miss... tificação a Muque" Zé Carioca, No. 521, 1961, Img35 * Img36.
Bem, para finalizar, devemos contar que, no ano de 1961 quando a direção da Editora Abril teve a idéia de criar a revista exclusiva do Zé Carioca, o objetivo era valorizar o personagem brasileiro perante o público. E esse objetivo foi alcançado com as histórias de Jorge Kato. Porém, no final daquele ano ficou claro que o nosso "nipo-brasileiro" não tinha produção suficiente para abastecer uma revista semanal. O que fazer? A idéia que surgiu foi criar o "Zé Fraude". Em outras palavras: pegar histórias com Donald ou Mickey e "transformá-las" para o Zé. Isso era feito da seguinte forma: Kato desenhava o Zé "por cima" do personagem original. O interessante é destacar que ele fazia isso mantendo as características do Mestre Disney original. Ou seja: Zé Carioca com estilo de Paul Murry, de Jack Bradbury ou de Al Hubbard, no lugar do Mickey. Ou ainda, Zé Carioca com estilo de Carl Barks ou de Tony Strobl, no lugar do Donald. E foi para preservar o conteúdo original dessas histórias que Kato precisou criar os sobrinhos do Zé: o Zico e o Zeca, para substituírem os sobrinhos de Mickey ou de Donald. E no caso de substituir os sobrinhos de Donald, que são três, pelos sobrinhos de Zé, que são dois, Jorge Kato o fazia com primor, descobrindo sempre um patinho sem expressão que podia ser eliminado.
O segundo exemplo de "Zé Fraude" foi a seguinte história, com traço original de Tony Strobl: "A Múmia do Museu" - Zé Carioca, 541, 1962, Img37.
Jorge Kato sem dúvida ocupa o pódio principal na Galeria de Mestres Disney Brasileiros, e sempre o ocupará por ter sido o primeiríssimo.
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Montagem Gráfica: Divictor
