Sérgio Lima tinha um domínio total e perfeito da 'arte sequencial '. Sua produção foi bem grande e passou por toda
a Galeria de Personagens Disney, como veremos a seguir.
'Ama-Seca Por Acaso' (Revista Zé Carioca, no. 1.095, de 1972) - Aqui um primeiro exemplo de história, com roteiro
de Ivan Saidenberg, onde aparecem, além de Donald e Margarida, os meninos Kiro e Bim, criações estranhas do Ivan. Observe-se a competência com que Sérgio desenha os patos... não fica devendo nada para nenhum americano.
'O Chapéu Que Foi Pro Beleléu ' (Revista Zé Carioca, no. 1.097, de 1972) - Acima, mais um exemplo de história com
roteiro de Ivan Saidenberg. Desta vez com o Professor Pardal, seu famoso Chapéu Pensador - surgido originalmente
nas histórias de Tony Strobl (vide Características de Tony Strobl) - e seu inimigo Professor Gavião. Novamente,
chama a atenção a qualidade do traço de Lima e o detalhamento dos quadrinhos.
'Quem Tem Pena do Peninha? ' (Revista Pato Donald, no. 1.096, de 1972) - Mais um exemplo do domínio de Sérgio
Lima sobre os Patos da Disney. Aqui apresenta-se uma história com o personagem Peninha em roteiro - supõe-se - do próprio Sérgio.
'O Empregado Espertalhão ' (Revista Mickey, no. 242, de 1972) - Ainda um exemplo, em uma história com roteiro próprio, com Vovó Donalda e Gansolino, para mostrar o total domínio de Sérgio Lima sobre os personagens Patos. Observe-se a perspectiva do quadrinho inicial.
'Tradição em Contradição ' (Revista Almanaque Disney, No. 24, de 1973), 'O Cão Siamês ' (Revista Almanaque Disney, No. 27, de 1973) e 'Guerra é Guerra ' (Revista Almanaque Disney, No. 25, de 1973) - Neste exemplo acima,três histórias com personagens de menor destaque na linha Disney, a saber, Hawita (com roteiro de Carlos Alberto Paes de Oliveira), Banzé e Tico e Teco (ambas com ótimos roteiros de Júlio de Andrade), para demonstrar que Sérgio Lima dominava todos os estilos. Observe-se a qualidade do desenho nas especificidades de cada um: a aldeia dos
índios, o beco dos cachorros e a toca dos esquilos... todos excelentes.
'Sinal dos Tempos ' (Revista Pato Donald, no. 1.132, de 1973) - Aqui, uma famosa criação de Gottfredson (vide
Características de Floyd Gottfredson), desenhada no estilo de Murry (vide Características de Paul Murry)... o vilão
Mancha Negra. O roteiro também foi de Carlos Alberto Paes de Oliveira e pode-se observar a qualidade de Lima na
perspectiva da arma do Mancha no segundo quadrinho.
'Quanto Sofre Uma Bruxa ' (Revista Tio Patinhas, no. 83, de 1972), 'Bruxa e... Superbruxa ' (Revista Pato Donald,
no. 1.112, de 1973) e 'O Feitiço Virou Contra a feiticeira ' (Revista Pato Donald, no. 1.110, de 1973) - E
finalmente, três exemplos de histórias com a personagem Maga Patalógica, com possível roteiro próprio. Foi com os
desenhos de Maga que Sérgio Lima mais marcou sua passagem e sua produção pela Editora Abril, embora, como demonstrado acima, ele tenha muito outros personagens a apresentar. Na primeira história vê-se Maga em sua condição original de inimiga do Tio Patinhas.
Na segunda história vê-se Maga contracenando com Madame Min, como já abordado por outros Mestres Disney. E na terceira história vê-se uma inusitada parceria de Maga com a Bruxa Má de Branca-de-Neve. Nos três exemplos, a charmosa feiticeira italiana aparece muito bem desenhada pelo Sérgio, mostrando que ele foi realmente um dos Mestres Nacionais mais produtivo e competente.
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo