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Podavin, Luiz


Podavin, Luiz
Sobre Don Rosa (ver Características de Don Rosa), dissemos que: "o estudioso de quadrinhos Roberto Guedes, em seu livro "A Era de Bronze dos Super Heróis", chama a atenção para as mudanças ocorridas nas HQs... quando os fãs - que cresceram - passaram a produzir as histórias". Pois bem... é o caso de Don Rosa e é o caso também de Luiz Podavin: o fã que se tornou desenhista.... e que desenhista!!!
Existem mais de 400 excelentes histórias creditadas em seu nome e somente das produzidas no Brasil, para a Editora Abril, sem levar em consideração o que ele tem feito, mais recentemente, para as editoras européias.

"Maga, Você é Grande! " (Revista Edição Extra, no. 104, de 1980). Aqui, um primeiro exemplo de história com os Patos e Pardal, em roteiro de Gérson L. B. Teixeira, que foi um dos parceiros mais constante de Podavin. Pode-se observar como ele apresenta um traço caprichoso, muito parecido com o dos italianos.

"Donald e Silva no Zôo" (Revista Zé Carioca, no. 1.481, de 1980). Acima, um exemplo de história com roteiro desconhecido. Desta vez com Donald, Sobrinhos e o Silva - seu vizinho e inimigo - uma criação de Carl Barks (vide Características de Carl Barks). Observe-se nesse caso como Luiz imprimiu seu próprio estilo, especialmente no personagem Silva, respeitando, porém sem se deixar influenciar, por Barks.

"O Coça-Coça" (Revista Pato Donald, no. 1.512, de 1980). Mais um exemplo de história com roteiro do parceiro Gérson L. B. Teixeira, numa HQ com o Professor Pardal, onde pode-se ver - no quadrinho inicial - que Luiz Podavin abusa dos detalhes, demonstrando seu domínio da arte de desenhar.

"Um Amor Platônico, Uai!" (Revista Pato Donald, no. 1.548, de 1981). Neste próximo exemplo, também com roteiro de Gérson L. B. Teixeira, pode-se observar como Podavin desenha o Urtigão - um personagem criado por Al Hubbard (vide Características de Al Hubbard) - novamente, como já dito acima, respeitando, porém não copiando o estilo de Hubbard. Luiz tem seu próprio estilo.

"O Primo Ivã" (Revista Mickey, no. 351, de 1982). Aqui, uma história com a personagem Madame Min - com roteiro desconhecido - onde Luiz Podavin pode demonstrar com mais liberdade sua criatividade, ao apresentar um personagem novo: o primo Ivã. Observe-se a exuberante floresta do quadro inicial, contrastando com o personagem - aparentemente deslocado - de terno, gravata e maleta executiva. Ótima piada visual!

"Perigo da 4ª. Dimensão" (Revista Almanaque Disney, no. 139, de 1982). Neste exemplo, com roteiro de Ivan Saidenberg, Luiz demonstra seu domínio de toda a Galeria Disney. Quase nenhum personagem escapou de sua arte. Aqui vê-se uma história com Mickey e Esquálidus que nada fica a dever a Gottfredson (vide Características de Floyd Gottfredson), o criador do Homem do Futuro.

"Eu Não Sou Um Sanduíche" (Revista Peninha (1ª. Série), no. 11, de 1983); "Nasce Uma Heroína... Borboleta Púrpura" (Revista Peninha (1ª. Série), no. 15, de 1983); "O Justiceiro Panacão" (Revista Pato Donald, no. 1.761, de 1986). Acima, três exemplos de histórias com o personagem Peninha em seus "alter egos": "Pena das Selvas", "Morcego Vermelho" e "Peninha Zorro". A primeira tem roteiro de autoria não identificada e as outras duas de Gérson L. B. Teixeira. Observe-se como Podavin, nos dois primeiros casos, mais uma vez, respeita - mas não copia - o estilo de Carlos Herrero (vide Características de Carlos Herrero), o criador original desses personagens. Já no último caso, ele se inspirou no filme que conta a origem do Zorro. Observe-se o bigodinho no bico do pato. Hilário!!!

"O Terror dos Piratas" (Revista Tio Patinhas, no. 214, de 1983). Aqui uma história que merece destaque (roteiro desconhecido) por apresentar uma mescla de Vovó Donalda com a fada Sininho. Observe-se o quadrinho inicial onde Podavin desenha a Vovó Donalda e seu quarto, no padrão de Carl Barks. Sabe-se que quando Luiz não estava sentado em sua prancheta desenhando, ele podia ser localizado no Arquivo da Abril Jovem, na Rua Bela Cintra, em São Paulo, pesquisando revistas antigas. Isso explica muito sobre o seu domínio da Arte Sequencial.

"Socorram Os Raptores" (Revista Peninha (1ª. Série), no. 28, de 1983); "Cinco É Pouco" (Revista Pato Donald, no. 1.761, de 1986). Dois exemplos com personagens que Luiz Podavin ajudou a desenvolver - especialmente no Brasil - Biquinho e Pata Lee. O primeiro exemplo com roteiro desconhecido e o segundo com roteiro de Arthur Faria Jr. Observe-se, como disse o próprio Luiz, o seu toque "a la italiano". Muito bom, sem dúvida!

"O Pé de Feijoada" (Revista Zé Carioca, no. 1.693, de 1984); "Um Natal no Rio" (Revista Zé Carioca, no. 1.519, de 1980). Finalizando, duas histórias com o personagem favorito de Podavin: o Zé Carioca. A primeira, com roteiro de autor desconhecido, uma engraçadíssima paródia do conto "João e o Pé de Feijão", que no caso é "Zé e o Pé de Feijoada". Observe-se o detalhamento do quadrinho inicial. A segunda, com roteiro de Gérson L. B. Teixeira, uma história com um tema extremamente disneyano: o Natal. Observe-se o "Splash Panel" inicial onde Luiz mesclou Papai Noel e seu trenó voador com uma paisagem do Rio de Janeiro. Fantástico!

Para terminar, citaremos as palavras de Euclides Miyaura (outro grande Mestre Disney) em e-mail recente, referindo-se a Podavin:
"Saliento que Luiz Podavin é um dos melhores desenhistas de quadrinhos Disney que conheci. Aprendi muita coisa com ele! Merece lugar de destaque entre os Mestres Disney!!!!"

Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Apoio Técnico: Cláudio Jurischka
EsquiloScans Administrator
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