Lista de Mestres Biografia do Mestre
O estudioso de quadrinhos Roberto Guedes, em seu livro "A Era de Bronze dos Super Heróis", chama a atenção para as mudanças ocorridas nas HQs, na década de 1980, quando os fãs - que cresceram - passam a produzir as histórias. De fato, observem a lista de Mestres Disney abaixo e vejam as datas de nascimento deles:
Carl Barks 1901 Paul Murry 1911
Jack Manning 1920 Frank McSavage 1903
Manuel Gonzales 1913 Dan Spiegle 1920
Al Taliaferro 1905 Walt Kelly 1913
Pete Alvarado 1920 Floyd Gottfredson 1905
Phil De Lara 1914 Alex Toth 1928
Dick Moores 1909 Jack Bradbury 1914
Jim Fletcher 1930 Fred Abranz 1909
Mike Arens 1915 Tony Strobl 1915
Al Hubbard 1915 Bill Wright 1917
Nota-se claramente que eles não cresceram lendo quadrinhos porque essas revistas não existiam na sua infância. Portanto, quadrinhos para eles - que foram os criadores dessa forma de arte - era um negócio, uma profissão, uma forma de ganhar dinheiro.
Já para a geração que cresceu lendo HQs, quando puderam e quiseram se dedicar à essa arte, o fizeram não apenas visando ganhar dinheiro mas também por amor e carinho.
E é essa a primeira e mais forte característica de Don Rosa que - nascido em 1951 - cresceu lendo e se encantando com os quadrinhos, em particular do Universo Disney e mais em particular ainda, aqueles criados por Carl Barks.
Então, quando Keno começou a produzir HQs (sua primeira história é de 1987), ele o fez nos moldes de Barks, criando roteiro e desenho (vide Características de Carl Barks), e acima de tudo, homenageando aquele grande Mestre.
"O Filho do Sol" (Revista Mestres Disney, no. 1, de 2005)
No exemplo acima, a primeira criação de Don Rosa, ele cita inúmeras histórias de Barks através dos itens apresentados no museu de Tio Patinhas, cada um de uma história de Carl. Pode-se observar outra característica de Keno, muito criticada, que são os balões grandes, pois em suas histórias os personagens "falam" demais.
"Fortuna Deslizante" (Revista Mestres Disney, no. 1, de 2005)
Neste outro exemplo acima, que é uma continuação da história de Barks "O Ouro e o Repolho", observamos outra forte característica de Don Rosa: em suas histórias ele dá continuidade às criações de Barks. Praticamente toda sua obra foi feita dessa forma, com roteiros de grande criatividade, respeitando a obra de Barks. Quanto aos desenhos, observe-se o quadrinho inicial da história mostrando o Tio Patinhas dentro de sua Caixa-Forte, exatamente como Barks fazia no início de suas histórias de grandes aventuras (vide Características de Carl Barks).
"Volta a Quadradópolis" (Revista Mestres Disney, no. 4, de 2005)
Mais um exemplo acima de uma história de Rosa em continuação à outra de Barks, nesse caso, "Perdidos nos Andes". Outra característica de Keno são os quadrinhos com excesso de detalhes, chegando às vezes a ficarem "poluídos" de traços. Don Rosa também costuma, com frequência, desenhar os patos com os olhos semicerrados o que lhes dá um ar de enfado que não agrada aos fãs de Barks.
"A Saga do Tio Patinhas" (Revistas A Saga do Tio Patinhas, 3 volumes, de 2007)
Finalmente, no exemplo acima, aquela que é considerada a obra prima de Don Rosa, a longa história chamada "A Saga do Tio Patinhas" onde ele conta a vida do Pato Mais Rico do Mundo. Trata-se de um trabalho de grande fôlego onde Keno "costurou" com maestria diversos eventos ocorridos na vida de Patinhas e mostrados em variadas histórias de Barks.
Keno Don Rosa é um Mestre Disney diferenciado por se tratar, como dito no início, de um fã que cresceu e virou Mestre. Talvez por isso sua obra seja tão apreciada pelos fãs atuais dos Patos, que com ele se identificam. Além disso, ele é -até o momento - o último Mestre Disney americano digno desse título. Principalmente quando consideramos que atualmente a produção Disney está concentrada na Itália, onde não há nem de longe o respeito demonstrado por Rosa, em relação aos Mestres do passado.
Por outro lado, existem aqueles que não o suportam por achá-lo muito verborrágico, tanto no texto como no desenho, e por o acharem muito pretensioso ao se comparar com Carl Barks.
Neste último ponto é preciso que se faça justiça em dizer que, ao que se saiba, ele nunca quis se comparar com Barks, mas sim homenageá-lo, como o faz com a palavra "D.U.C.K." ("PATO" em inglês) que ele esconde em seus desenhos e que é a sigla de "Dedicated to Unca Carl from Keno" ("Dedicado ao Tio Carl, por Keno"). Os seus fãs mais fanáticos é que insistem em compará-lo com o Mestre dos Mestres.
Portanto fica aqui um convite: através das suas Características, identifiquem as histórias de Don Rosa, leiam-nas e assumam uma posição: amor ou ódio.
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Rosa, Don
O estudioso de quadrinhos Roberto Guedes, em seu livro "A Era de Bronze dos Super Heróis", chama a atenção para as mudanças ocorridas nas HQs, na década de 1980, quando os fãs - que cresceram - passam a produzir as histórias. De fato, observem a lista de Mestres Disney abaixo e vejam as datas de nascimento deles:
Carl Barks 1901 Paul Murry 1911
Jack Manning 1920 Frank McSavage 1903
Manuel Gonzales 1913 Dan Spiegle 1920
Al Taliaferro 1905 Walt Kelly 1913
Pete Alvarado 1920 Floyd Gottfredson 1905
Phil De Lara 1914 Alex Toth 1928
Dick Moores 1909 Jack Bradbury 1914
Jim Fletcher 1930 Fred Abranz 1909
Mike Arens 1915 Tony Strobl 1915
Al Hubbard 1915 Bill Wright 1917
Nota-se claramente que eles não cresceram lendo quadrinhos porque essas revistas não existiam na sua infância. Portanto, quadrinhos para eles - que foram os criadores dessa forma de arte - era um negócio, uma profissão, uma forma de ganhar dinheiro.
Já para a geração que cresceu lendo HQs, quando puderam e quiseram se dedicar à essa arte, o fizeram não apenas visando ganhar dinheiro mas também por amor e carinho.
E é essa a primeira e mais forte característica de Don Rosa que - nascido em 1951 - cresceu lendo e se encantando com os quadrinhos, em particular do Universo Disney e mais em particular ainda, aqueles criados por Carl Barks.
Então, quando Keno começou a produzir HQs (sua primeira história é de 1987), ele o fez nos moldes de Barks, criando roteiro e desenho (vide Características de Carl Barks), e acima de tudo, homenageando aquele grande Mestre.
"O Filho do Sol" (Revista Mestres Disney, no. 1, de 2005)
No exemplo acima, a primeira criação de Don Rosa, ele cita inúmeras histórias de Barks através dos itens apresentados no museu de Tio Patinhas, cada um de uma história de Carl. Pode-se observar outra característica de Keno, muito criticada, que são os balões grandes, pois em suas histórias os personagens "falam" demais.
"Fortuna Deslizante" (Revista Mestres Disney, no. 1, de 2005)
Neste outro exemplo acima, que é uma continuação da história de Barks "O Ouro e o Repolho", observamos outra forte característica de Don Rosa: em suas histórias ele dá continuidade às criações de Barks. Praticamente toda sua obra foi feita dessa forma, com roteiros de grande criatividade, respeitando a obra de Barks. Quanto aos desenhos, observe-se o quadrinho inicial da história mostrando o Tio Patinhas dentro de sua Caixa-Forte, exatamente como Barks fazia no início de suas histórias de grandes aventuras (vide Características de Carl Barks).
"Volta a Quadradópolis" (Revista Mestres Disney, no. 4, de 2005)
Mais um exemplo acima de uma história de Rosa em continuação à outra de Barks, nesse caso, "Perdidos nos Andes". Outra característica de Keno são os quadrinhos com excesso de detalhes, chegando às vezes a ficarem "poluídos" de traços. Don Rosa também costuma, com frequência, desenhar os patos com os olhos semicerrados o que lhes dá um ar de enfado que não agrada aos fãs de Barks.
"A Saga do Tio Patinhas" (Revistas A Saga do Tio Patinhas, 3 volumes, de 2007)
Finalmente, no exemplo acima, aquela que é considerada a obra prima de Don Rosa, a longa história chamada "A Saga do Tio Patinhas" onde ele conta a vida do Pato Mais Rico do Mundo. Trata-se de um trabalho de grande fôlego onde Keno "costurou" com maestria diversos eventos ocorridos na vida de Patinhas e mostrados em variadas histórias de Barks.
Keno Don Rosa é um Mestre Disney diferenciado por se tratar, como dito no início, de um fã que cresceu e virou Mestre. Talvez por isso sua obra seja tão apreciada pelos fãs atuais dos Patos, que com ele se identificam. Além disso, ele é -até o momento - o último Mestre Disney americano digno desse título. Principalmente quando consideramos que atualmente a produção Disney está concentrada na Itália, onde não há nem de longe o respeito demonstrado por Rosa, em relação aos Mestres do passado.
Por outro lado, existem aqueles que não o suportam por achá-lo muito verborrágico, tanto no texto como no desenho, e por o acharem muito pretensioso ao se comparar com Carl Barks.
Neste último ponto é preciso que se faça justiça em dizer que, ao que se saiba, ele nunca quis se comparar com Barks, mas sim homenageá-lo, como o faz com a palavra "D.U.C.K." ("PATO" em inglês) que ele esconde em seus desenhos e que é a sigla de "Dedicated to Unca Carl from Keno" ("Dedicado ao Tio Carl, por Keno"). Os seus fãs mais fanáticos é que insistem em compará-lo com o Mestre dos Mestres.
Portanto fica aqui um convite: através das suas Características, identifiquem as histórias de Don Rosa, leiam-nas e assumam uma posição: amor ou ódio.
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
