William Van Horn é um dos melhores, ao lado de Vicar e Marco Rota, dentre os Mestres Disney que produzem histórias com os patos no estilo e no traço consagrados de Carl Barks, o Homem dos Patos. E com o detalhe importante de que Van Horn, assim como Barks, escreve seus próprios roteiros, na maioria de suas histórias. E, claro, as desenha... maravilhosamente!
"Uma relação espinhosa" (Revista Pato Donald, no. 2.366, de 2009). Iniciando, no exemplo acima com roteiro próprio, vê-se uma história no estilo das cômicas "one page" que Carl acostumou seus fãs a apreciar. Observe-se o dinheiro - moedas e cédulas - sob o título... igualzinho Barks. E todos os outros detalhes também.
"O Fantasma Assobiador" (Revista Ducktales, Caçadores de Aventuras, no. 18, de 1991). Neste exemplo, também com roteiro próprio, tem-se uma história longa com os patos, da "Série Ducktales". Observe-se os detalhes dos patinhos na rua, o ângulo escolhido no primeiro quadro e a vitrine da loja... quantas histórias de Barks começavam da mesma forma? Mais uma vez, assim como com Vicar um leitor desavisado pode imaginar estar vendo uma página de Barks.
"A Batalha de Tortas" (Revista Pato Donald, no. 1.969, de 1992). Acima, num exemplo com roteiro de Bill Riling, uma história com Tio Patinhas e seus sobrinhos onde pode-se apreciar a magistral arte de Van Horn - herança pura do Tio Carl. Observe-se o segundo quadro quando o aviãozinho bate na cabeça de Donald... fantástico exemplo do capricho de William.
"A Lua Negra" (Revista Pato Donald, no. 2.366, de 2009). Neste exemplo acima, com roteiro do próprio William, uma história aventurosa, passada no espaço sideral, como os fãs estavam acostumados a ver no traço de Barks. Nem é preciso chamar a atenção para os vários detalhes no estilo de Tio Carl, inclusive a influência sobre o roteiro que remete à história "A Lua de Vinte e Quatro Quilates" de autoria do Homem dos Patos. Naquele caso tratava-se de uma nova Lua feita de ouro, neste caso trata-se de uma nova Lua feita de petróleo. Lamentavelmente, das mais de cento e cinquenta histórias produzidas até hoje por Van Horn, muito pouco chegou ao Brasil.
"Parente é Serpente" (Revista Pato Donald, no. 2.366, de 2009). Aqui, um exemplo de história com roteiro de Van Horn, onde ele apresenta um personagem da família Pato, de sua própria criação: Tio Patusco. Esse tio seria supostamente um meio-irmão (preguiçoso e malandro) do Tio Patinhas. Essa primeira história, de introdução desse personagem, foi produzida em 1994, um ano depois de Keno Don Rosa ter criado a "Saga do Tio Patinhas", onde vemos que o Pato Mais Rico do Mundo é filho de Fergus Mac Patinhas. Ora, como a mãe de Tio Patinhas morreu antes do marido, a existência desse meio-irmão faz supor que Fergus tenha casado de novo e tido esse filho - fato que não aconteceu. Os fãs não gostaram nem um pouco dessa falta de coerência. Mas que a qualidade do desenho é excepcional, não há dúvida.
"Cavalgando Pela História" (Revista Tio Patinhas, no. 379, de 1997). E por fim, com roteiro do próprio Mestre e Gênio, Carl Barks, uma história brilhantemente desenhada por Van Horn, prova final de que ele tem condições de concorrer à sucessor do Homem dos Patos.
Assim como foi dito de Vicar e de Marco Rota, pode-se dizer também de William Van Horn: seria maravilhoso se ele desenhasse as histórias escritas por Don Rosa, as quais são meticulosamente coerentes. Seriam verdadeiros clássicos geniais!
E fica a dúvida: entre Van Horn, Marco Rota e Vicar... qual é o melhor? Para evitar uma injustiça fica decretado... empate!
Texto e Pesquisa: Cesar Brito
Colecionador e Gibólogo
Colaboração especial: Cláudio Jurischka
(Esquiloscans Administrator)